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Via: Blog Estante Virtual
Teve gente que aplaudiu, teve gente que reclamou. O fato é que a inclusão de uma questão explorando as ideias da pensadora feminista Simone de Beauvoir no Enem 2015 foi quase tão comentada quanto os candidatos atrasados e barrados no portão.
Infelizmente, muitos comentários infundados foram adicionados ao debate por pura falta de informação. Confira abaixo cinco livros de Simone de Beauvoir que podem ajudar defensores e detratores a compreenderem um pouco melhor o pensamento da autora.
Este é o livro que pautou a agenda do movimento feminista em nosso tempo. Um relato enciclopédico e, às vezes, chocante, da condição da mulher num mundo moldado e dominado pelo homem. Não por acaso, esta obra foi incluída na lista negra do Vaticano. Beauvoir é especialmente bem-sucedida na descrição da cumplicidade feminina com sua própria opressão.
Prêmio Goncourt de 1954, mais importante laureação literária da França, este livro assinala na carreira da autora seu definitivo engajamento político e literário. Romance existencialista, Os mandarins descreve a atmosfera febril da França entre 1944 e 1948: as repercussões da guerra, a agitação intelectual, a corrupção moral, os dilemas e dúvidas da esquerda e, sobretudo, chão coberto de ilusões desmoronadas.
O primeiro volume da autobiografia de Simone é um relato vívido de sua criação dentro de uma família burguesa respeitável no começo do século XX. A rebeldia de Simone contra a opressão da igreja e da família fomentam a evolução desta garota que ama os livros e a vida.
A estranha e experimental relação de Beauvoir e o filósofo Jean-Paul Sartre durou, entre idas e vindas, cerca de cinquenta anos. Esta obra é o seu apogeu. Um registro dos últimos anos de vida de Sartre e do luto de Simone, A cerimônia do adeus contém, também, uma série de entrevistas com Sartre, onde ele explana suas opiniões sobre política, mulheres, infância e religião.
Enquanto escrevia O segundo sexo, Beauvoir vivia um romance com o “amado homem de Chicago” através de carinhosas e perturbadoras cartas de amor. Primeiro ela nos diz que a mulher apaixonada “vive de joelhos” e poucos crimes “merecem piores punições do que a generosa culpa de se colocar inteiramente nas mãos de outrem”. Aqui nós vemos a luta contra a emoção pura que, de fato, colocou-a de joelhos. Escritas em inglês e roubando a autora do rigor lógico de seu francês nativo, as cartas revelam uma Simone muito diferente.