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Internauta cria códigos para se comunicar com mulheres em quarentena com homens abusivos - Mulheres na Comunicação

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Internauta cria códigos para se comunicar com mulheres em quarentena com homens abusivos

Via: Revista Subjetiva

 

De todos os textos que faço para o Medium, talvez este seja o mais difícil de se escrever. A pesquisa sobre tudo o que anda acontecendo com muitas mulheres que estão em quarentena com homens abusivos… É bem difícil. Mas se já é complicado ler todos os relatos de agressões, mais difícil ainda é não conseguir, já que grande parte delas sequer consegue sobreviver para contar o que aconteceu.

A pandemia não poderia vir em momento pior. Em 2019, 7 em cada 10 vítimas de feminicídio no estado de São Paulo foram mortas dentro de casa. Sim, no ano seguinte não temos outra alternativa senão nos trancarmos em casa.

Após a quarentena ser decretada, o Ministério Público divulgou um número ainda mais estarrecedor. Em março, houve um aumento de 51% das prisões em flagrante por violência doméstica contra a mulher.

Uma alternativa para pedir ajuda…

A internauta Maria Eduarda teve uma ideia e fez uma espécie de código para mulheres que querem pedir ajuda por sofrer violência em casa.

“Muitas mulheres não conseguem denunciar alguma agressão justamente porque o agressor pode estar escutando ou do lado. Pensando nisso, criei esse código para que elas possam mandar mensagens perguntando se eu ainda estou vendendo maquiagem”, disse. “Eu respondo falando que sim e solicito o endereço para ‘calcular o frete’ para ‘enviar as makes’ mas, na verdade, uso para ligar para a polícia para eles irem até o local”, finalizou.

Segundo Maria, 9 mulheres já entraram em contato com esse código para denunciar abusos: “Todas me mandaram em código e até algumas filhas das vítimas me pediram para chamar a polícia para a mãe que estava apanhando”, contou.

A ideia

Maria revelou que o seu passado foi um dos principais motivadores para ajudar mulheres durante a quarentena. O motivo? Quando ela era criança, presenciou o padrasto agredir a sua mãe.

“Eu participo de um grupo no Facebook de mulheres em que várias delas compartilham as agressões que sofrem em casa, mas devido à quarentena com seus companheiros, os casos aumentaram. Eu percebi pelo os relatos que muitos delas tem medo de denunciar. Lembrei da minha infância, quando minha mãe apanhava do meu ex-padrasto e resolvi ter essa iniciativa de ajudar outras mulheres”.

Lembre-se: Em briga de marido e mulher, se houve abuso ou agressão, se mete a colher SIM! E tenha em mente que abuso não é apenas físico, mas também psicológico.

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