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Fonte: Revistra Trip
O projeto Trampo Justo tem o objetivo de potencializar a inserção de jovens que vivem em casas de acolhimento no mercado de trabalho
O projeto Trampo justo busca promover a inclusão de jovens que vivem em situação de acolhimento no mercado de trabalho, preparando-os para entrevistas de emprego e o ambiente empresarial.
O projeto é uma iniciativa do Tribunal de Justiça de São Paulo, em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), e é encabeçado pelo juiz titular da Vara da Infância e Juventude de Guarulhos, Iberê de Castro Dias, e o rapper Dexter, do grupo 509-E.
Muitos dos jovens que estão em abrigos precisam lidar com a pressão de ter que deixar o espaço ao completar a maioridade. Assim, a inclusão no mercado de trabalho se mostra fundamental para que consigam se manter na sociedade sozinhos.
A iniciativa atua para entender e acessar os jovens que tendem a demostrar muita dificuldade em aceitar conselhos e orientações.
Mesmo trabalhando com jovens em situação de acolhimento, durante uma entrevista o juiz Iberê reconheceu que os jovens podem não se identificar com ele, dificultando que se envolvam com o projeto.
“É inevitável que eles olhem para mim e digam: ‘Pô, para você é fácil vir aqui me falar para trabalhar. Você é homem, branco, da classe média alta paulistana, estudou em bons colégios e tal. E eles têm razão, por mais que você tente fazer um exercício de empatia, nunca vai ser a mesma coisa do que ter nascido e crescido naquela situação.”
Com base nesta realidade, a participação do rapper Dexter se torna fundamental. Ele foi criado na favela do Calux, localizada na cidade de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Passou 12 anos preso, e enquanto esteve no Carandiru lançou o primeiro disco do grupo 509-E.
O seu encontro com a música mostrou a importância de ajudar os outros. Assim, ao deixar o presídio em 2013, começou a se envolver com diferentes projetos sociais, incluindo um que acontece dentro de penitenciárias.
A trajetória de Dexter serve de inspiração para os jovens em situação de acolhimento, e a parceria entre o rapper e o juiz vem rendendo bons resultados, como o prêmio Innovare. Eles venceram na categoria ‘Tribuna’.
O projeto iniciou as atividades no início de 2019, e 30 jovens que participaram dele já foram empregados, de acordo com nota do Tribunal de Justiça de São Paulo.